sexta-feira, 19 de outubro de 2012


Data: 20/08/2012
Saúde e segurança no uso de alisantes

Todo o dia ao menos um caso de mulher com queimadura ou queda de cabelo em consequência do uso de alisantes proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é registrado no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel – RJ. O problema também é comum em outras unidades de saúde. As substâncias mais usadas nos produtos são formol e glutaraldeído, que podem causar câncer e cegueira.

O dermatologista Mário Chaves, do Serviço de Dermatologia do Hospital Pedro Ernesto explica que o número de vítimas dos alisantes é bem maior que o registrado, porque muitas delas não buscam atendimento ou denunciam os danos. “Não há notificação do número real, que é gigantesco”, alerta ele.

Em média são atendidas no Pedro Ernesto, por mês, 40 vítimas dos alisantes. E o motivo quase sempre é o mesmo: “Os salões usam produtos industrializados, mas acrescentam essas substâncias nocivas sem a cliente saber”, dia Mário Chaves.
No Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a média de casos com ferimentos causados por alisantes ilegais é de cinco por semana. “A maior parte dos casos é de cabelos com quebra” aponta o dermatologista da unidade, professor Celso Tavares Sodré.

O uso prolongado do formol e glutaraldeído podem causar doenças graves, como causar câncer de pulmão e lesão irreversível da córnea. O gás liberado por essas substâncias podem causar ainda danos ao sistema respiratório. “Há casos de cegueira quando o produto cai no olho durante a aplicação”, explica Chaves. Ele alega que as mulheres, muitas vezes, são atraídas pelo que consideram uma novidade: “E a novidade pode ser um produto com mistura tóxica”.

REGRAS DE USO
PROIBIÇÃO: O subgerente de fiscalização da Vigilância Sanitária Municipal, Paulo Maurício, diz que o formol e o glutaraldeído são proibidos pela ANVISA.
DOSAGEM: As substâncias são toleradas na seguinte dosagem: formol (0,2%) e glutaraldeído (0,1%). “Assim não há efeitos tóxicos”. Afirma o dermatologista Mário Chaves.
LIMPEZA: Essas substâncias são utilizadas para esterilizar, por exemplo, ferramentas cirúrgicas.